Entender a história da escravidão no Brasil como um imbricado processo de determinantes internos e externos tem sido um dos grandes desafios da historiografia atual. Do mesmo modo que inserir o escravismo do Brasil Imperial como definidor e, ao mesmo tempo, definido pelo ambiente das Relações Internacionais é uma tarefa essencial e ainda em construção. Investindo por essa senda a investigação se propõe a analisar a prática do crime de sequestro e escravização de cidadãos negros livres uruguaios conduzidos à força para o território brasileiro, assim como a manutenção ilegal da condição de cativo dos que viveram em solo oriental por vontade de seus senhores e foram trazidos de volta ao Império do Brasil. Lançando mão de um denso, diversificado e ainda pouco explorado conjunto documental, a pesquisa tem por objetivo explicitar os mecanismos de funcionamento e logística dessa atividade ilegal. Leitores diletantes e pesquisadores profissionais interessados em História, Ciência Política e Relações Internacionais, especialmente vinculada ao Brasil Império e a República uruguaia do século XIX, encontrarão nesse livro valiosas informações, debates e argumentos sobre o assunto.