Nietzsche era um pensador capaz de dizer verdades através de metáforas e símbolos. Nele, uma questão chama a atenção: como chegou ao tipo nobre e como alcançou as condições de possibilidade da transvaloração dos valores vigentes? Por certo utilizou a metáfora e a própria transvaloração para chegar aos valores nobres, supondo que fosse o elo entre o super-homem e o tipo nobre. O conceito super-homem deveria ser o carro-chefe para a tarefa da transvaloração, mas Nietzsche teve dificuldades na criação da respectiva moral e torná-la efetiva, todavia, o conceito super-homem serviu como lente teórica para tornar visível o tipo nobre. Ele percebeu que o super-homem não poderia ser comparado com outros tipos de homem como o homem superior, o filósofo do futuro, os novos filósofos, o espírito livre, porque estes têm funções distintas daquele, embora todas estas caraterísticas possam estar presentes no super-homem, no homem comum elas não estão. Os novos filósofos terão como ferramenta valores nobres para a formação de um novo tipo de homem: o tipo nobre, ou seja, o super-homem visto através de uma lente de aumento. Enfim é melhor ler o livro do que falar sobre ele.