A corrupção é um fenômeno globalizado, mas a sua ocorrência tem predominância nos países pobres e em desenvolvimento, principalmente devido à fragilidade de suas instituições. Em termos econômicos, as pesquisas empíricas têm mostrado os efeitos negativos da corrupção sobre os agregados macroecônomicos e o bem-estar. A estimativa anual do Banco Mundial para a corrupção gira em torno de 3% do PIB mundial, o que denota, mesmo considerando problemas de medição, quão sério é o problema para a economia e a sociedade. A luz desse cenário relativo às causas e aos efeitos econômicos da corrupção, o presente livro, fruto de uma tese de doutorado em economia, analisa a economia da corrupção por meio de três ensaios: um levantamento sobre as principais abordagens da economia da corrupção, enfatizando as pesquisas mais referenciadas sobre o assunto; uma pesquisa sobre a corrupção municipal; e, por fim, uma análise da corrupção a partir de um modelo de equilíbrio geral calibrado para o Brasil, que verifica os efeitos da corrupção sobre os investimentos, os gastos públicos, o produto e o bem-estar, entre outras variáveis.