O propósito maior dessa obra consiste em apontar um possível vínculo histórico-ontológico entre a dimensão trágica dos gregos e o horizonte niilista da modernidade a partir da relação de tensão entre mortais e divinos tendo como referência central o pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger. Tenta-se aqui estabelecer um fundamento trágico para o evento moderno da morte de Deus a partir da relação essencial de distanciamento entre o mortal e a deidade. A partir disso, aquilo que também se procura evidenciar é que a condição originariamente trágica do homem deverá ser compreendida como essencialmente metafísica basicamente pelo seu comprometimento existencial com uma abertura de sentido que lhe sobrepuja e lhe escapa. De maneira complementar, dever-se-á poder afirmar que a metafísica é essencialmente trágica, caso se possa localizar seus principais componentes de força já na época trágica dos gregos.