Este livro tem como objetivo investigar como o trabalho de empregada domestica impacta a subjetividade dessas trabalhadoras. Nesse contexto, foram levantados dados relativos ao surgimento da categoria domestica, ao seu perfil socio demografico e as leis que regulamentam a profissao, discriminando-a, em relacao as demais classes trabalhadoras. Dentre as referencias teoricas que balizaram a pesquisa, alem das contribuicoes da teoria socio-historica de Vygotsky e das chamadas "clinicas do trabalho," recorremos principalmente aos classicos estudos de Le Guillant, especialmente em sua caracterizacao da "condicao da empregada domestica," o que nos permitiu compreender melhor as dimensoes do sofrimento, o significado e as consequencias deste trabalho na construcao da subjetividade da empregada domestica. Como resultado constatou-se que a "condicao da empregada domestica," ainda nos dias de hoje, remete a um trabalho estigmatizado, pois alem das diferenciacoes legais, ela e objeto de discriminacoes diversas e o ressentimento, tambem, e forte nessa categoria, pois esta marcada principalmente pela enorme desigualdade nas trocas materiais e simbolicas entre a empregada e o(a) patrao(patroa)."