Este trabalho apresenta uma reflexão sobre as estratégias adotadas pelos agentes envolvidos no processo de implantação da UHE Foz do Chapecó, localizado no Rio Uruguai na região sul Brasil, divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O objetivo é analisar as alianças e estratégias usadas pelos agentes envolvidos e como essas articulações ocorreram durante as diferentes fases da construção da usina e os interesses econômicos envolvidos no chamado "hidronegócio". Os empreendimentos são executados por empresas privadas com objetivos financeiros, há reflexos diretos no processo de negociação, nas formas de tratamento com a população atingida e a relação com os municípios impactados. Nesse emaranhado de pessoas e instituições envolvidas na execução de uma barragem é determinante ter o controle social na região. Foram analisadas as compensações financeiras repassadas aos municípios, os métodos adotados no processo de indenização e as articulações e estratégias usadas pelos agentes envolvidos no empreendimento. Outro fator de análise foram os efeitos em relação ao desenvolvimento da região.A construção das barragens é um espaço de disputa ideológica e um jogo de relações de poder.