As quedas em idosos representam um sério problema de saúde pública devido à alta incidência, altos índices de morbimortalidade e elevados custos assistenciais. Dados nacionais e internacionais revelam que 30 a 60% dos idosos comunitários caem anualmente e que 10% das quedas resultam em lesões graves, das quais 5% correspondem a fraturas. As quedas também podem gerar sérias consequências psicossociais, como medo de cair, restrição de atividades e isolamento social. Neste contexto, é essencial identificar precocemente indivíduos em risco de cair. Os parâmetros espaço-temporais da marcha parecem ser ferramentas úteis para predição de quedas. Contudo, ainda não há consenso na literatura se esses parâmetros podem predizer quedas recorrentes. Entre os fatores que podem contribuir para a falta de consenso estão os métodos estatísticos que não levam em consideração a alta correlação entre as variáveis da marcha. Neste caso, as técnicas multivariadas são mais apropriadas. Portanto, o objetivo desse estudo foi determinar, por meio da análise de componentes principais e análise discriminante, se parâmetros espaço-temporais da marcha poderiam predizer quedas recorrentes em idosas comunitárias.